Postado em: 24-04-20
“Todos os tempos passados eram melhores”, insistem em suspirar os saudosistas. “O futuro, sim, é que será o tempo da verdade e da justiça”, continuam a exclamar os progressistas, mesmo depois de tudo! Uns e outros colocam-se assim num tempo imaginário, fora da realidade, fora do presente, que é o único tempo de Deus e o único que a Igreja conhece.
O século XX e esse rabicho a que chamamos século XXI foi um tempo de revoluções e mudanças, mais profundas talvez do que todas as que houve na história humana até agora. Duas guerras mundiais, epidemias que mataram milhões e milhões de pessoas, uma população que dobrou pelo menos duas vezes de tamanho, uma série incessante de renovações tecnológicas, afluência econômica e pobreza extrema, regimes tirânicos mais sangrentos e mais eficazes do que nunca, ideologias e heresias com um poder e uma influência jamais vistas até então, mais martírios, e muito mais cruéis do que os dos primeiros cristãos…
Tudo isso, acompanhado de um decréscimo incessante no número de cristãos em geral e de católicos em particular, a tal ponto que, na década de 1960, parecia que se iam cumprir as profecias que, desde o século IV, anunciavam de novo e de novo que a Igreja de Cristo ia desaparecer, que a morte de Jesus na Cruz tinha sido inútil e que, desta vez, não haveria Ressurreição! O velho inimigo tinha vencido!
No entanto, ironias de Deus!, no meio de todas essas turbulências, e depois de dois Concílios mais organizados e pacíficos do que todos os das eras de triunfo aparente, a Igreja católica ressurge com muito mais do que o prestígio perdido: no funeral de São João Paulo II, estavam presentes mais de seis milhões de pessoas e cerca de 150 chefes de estado ou de governo. E agora está armada de todos os meios de que precisa para a sua guerra de paz: um novo Catecismo, completíssimo, uma tradução mais precisa para a Sagrada Escritura, um Código de Direito Canônico renovado para a sua vida interna, um pensamento teológico que responde às preocupações dos homens de hoje, instituições renovadas que ensinam a viver a santidade no cotidiano, um diálogo incessante, sereno e frutífero com Igrejas separadas e governos hostis. E sobretudo santos, mártires e Papas que, há mais de um século e meio, dão exemplo de santidade pessoal!
A promessa da Ressurreição nunca deixa de seu cumprir. Basta que tenhamos olhos para ver.
Data: 29 de abril, quarta-feira
Horário: 19-21h
Organização: Centro Cultural do Castelo – Campinas, SP
Professor: Henrique Elfes, ensaísta e editor