Postado em: 29-01-20
Conheci e comecei frequentar o Centro Cultural Castelo no começo de 2018. O ambiente de amizade me agradou muito e trouxe outros amigos que desejavam ter formação cristã. Sabia que todos os anos o Centro organizava o Natal Solidário e eu ajudava na parte de arrecadação de donativos, pedindo a amigos e familiares que colaborassem nesta iniciativa.
Em 2019, imaginei que a minha participação seria apenas como figurante, mas alguns dias antes do evento, o coordenador da atividade queria conversar comigo. Pensei que seria na organização dos presentes, ou no som, ou qualquer coisa mais operacional. Ele foi bem direto com uma proposta inesperada:
– “Rafa, você pode ser o Papai Noel do Natal Solidário?”.
Na hora fiquei surpreso e também feliz: gosto muito de trabalhar com crianças e é realmente algo muito especial para mim. Esta convocação para ser Papai Noel, realmente pegou em cheio tanto na vontade de ser e ajudar, quanto na insegurança de ser um bom papai Noel (uma figura que inspira e alegra tantas crianças, assim como já me alegrou um dia).
Passado esse choque inicial, lembro que consegui expressar o quanto eu queria. Mas poderia haver um impedimento: Minha mãe. É costumeiro nas férias ajudar ela na loja, por ser o período de maior movimento, então precisava de conversar com ela, para ela me liberar no dia. Felizmente, mesmo que um pouco a contragosto, ela percebeu o quanto aquilo era importante para mim e me desejou um bom trabalho como Papai Noel.
Agora tudo confirmado, não tem mais volta, seria o bom velhinho. Sai da minha cidade já pensando na minha cabeça o que eu poderia falar para as crianças e treinando os famosos “ho-ho-hos”.
Chegando no Centro, aquela sensação de expectativa, inquietação, comum do Advento, essa espera para ver o que vai acontecer. Terminando as preparações e o almoço chegamos no local da festa. Uma singela e bela capela, nesse bairro carente. Depois das preparações, hora de colocar a famosa roupa vermelha. Colocando todos os aparatos e fazendo uma breve oração para que eu conseguisse oferecer esse tempo a Deus e as crianças que ali atenderia.
Então vieram as apresentações e as crianças faziam fila para conversar e receber os presentes do papai Noel. E isso foi uma alegria tremenda. Desde os recém-nascidos que tinham medo da figura barbuda de vermelho, os pequenos que chegavam abraçando e os pré-adolescentes que estavam com vergonha de serem vistos com o Papai Noel. Cada um de sua maneira tendo esse contato com a magia do Natal, proporcionada pelo Nascimento do Nosso Senhor.
Mas teve uma pessoal que a memória relembra de maneira vivida, uma senhora que tinha uma deficiência especial queria ver e abraçar o papai Noel. Ela me abraçou de uma forma que precisei efetivamente incorporar totalmente a figura mágica com que ela se sintonizava. Aquele momento ficou muito marcado na minha memória.
Embora eu tivesse o papel principal, havia uma verdadeira equipe me ajudando que tudo corresse bem. Os “duendes”, apelido carinhoso dos meninos que me ajudaram diretamente entregando os brinquedos, o pessoal que ajudava a organizar e orientar as pessoas, o pessoal que brincava de bola com as crianças que estavam esperando ou que já haviam visto, os “seguranças” que ajudavam a organizar a entrada das pessoas no evento, enfim todo mundo contribui para esse evento maravilhoso.
E depois celebramos o evento com sorvetes. Que bom que tive essa oportunidade de ser Papai Noel, que me alegrou tanto e me permitiu participar de algo tão nobre. Fui Papai Noel!